Dia sem noite
Um dia aceso com luzes duras
Farol alto de pensamentos
Cega na pista oposta
Torpor de vermelho sangue
As letras se vão por entre os olhos cegos
E um coração cinza
Espera o dia estando no dia
Fora da ilusão de pensar que se acaba e se começa
O corpo é bobo e balança
E nada é tão feio
E nem tão belo
A rua rabiscada é caminho
O céu de doer, que pena, sempre azul e longe
Palavras se lançam sobre um equilíbrio tênue
Pra que tantas?
Bastava o sopro do primeiro som
A rasgar de novo as emendas frágeis de papéis velhos e podres
A dor vem de todos os sentidos
Atravessa uma alma desejosa de orfandade
Existência poluída com gentes, fluidos e esgotos.
Os sorrisos banais dos felizes tolos
Consomem como ácido os poros dos ossos últimos.
Belo dia de pergunta amanhecida há tanto
Pra quê?
Tudo branco ao lado
Senta no fosso e chora
Seria a última dignidade possível
Mas há um metal
Ainda mais frio
Encorajando o ato
Ultimato.
Dia em que eu teria, se já não tivesse.
Dia que seria o último
Se já não o fosse
Há tanto tempo
Desde o primeiro.
quarta-feira, agosto 14, 2013
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