sábado, novembro 13, 2010

Êxtase

Não literalidade
Sem amarração de palavras
Só paixão,
energia.
O eu posto
a intensidade do eu posto
Conjugar o verbo, a palavra, o sentimento, o eu, a subjetividade.

Dilacerada pela vida, em todas as instâncias, por todos os lados
Por todas as palavras e sentidos ao mesmo tempo.

É a inanição forçada pela vulcão
A cinza que aduba a vida que virá
Que não foi...
Que nasce agora.
Dor do parto de chegar
Do não querer vir
Da paixão por estar.

Nasceu e não sabe onde,
Olha ao lado
Sem pai, nem mãe
Somente o eu,
Cheio de multidões entrusas
Convidados estranhos.

Sentam e devassam
Destituem teu poder.
Logo você, tão apegada
ao nada
agora tem tudo.
E não te comporta.
Te vaza, na rede furada
Dos fracos nós que cuidou em dar.

Essa lança, essa espada
Surdou o mundo
E abriu você
Escancarada, sangrando a vida
Ininterruptamente
Abruptamente
Dói e goza
Extase contido nas vísceras invertidas
Que derramam de ti
Fere, inflama e adoece.


Recollha.
Cala.
Fecha.
Abra.
Caminhe.
Pare.


Espera um novo dia de morrer você.

Sem pai, nem mãe

...Só teu choro de morte.

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