sexta-feira, setembro 05, 2014

Jazi

Quero é palavra-surdo,
palavra grossa,
desprecisa. 

Erice o pelo em falo
Estique o nó dessa garganta
Rasgue à dente a epiderme
Arranque a dor da despalavra!

Viver-se assim é pó
Eco sem voz,
uma queda que não cai.

(Real)

Me leve o peso
desse oco.
Espanta em luz
esse breu meu!

(Uma faísca me bastava...)

Fogo eterno
é o paraíso
e não inferno.

Inferno é o inverno
de gelo lápide.

Não, não há pior
Não ter palavra,
pra palavra.

Não há pior
que precisar.

Eu precisei.
E jazi.

Nenhum comentário: