sexta-feira, setembro 05, 2014

Jazi

Quero é palavra-surdo,
palavra grossa,
desprecisa. 

Erice o pelo em falo
Estique o nó dessa garganta
Rasgue à dente a epiderme
Arranque a dor da despalavra!

Viver-se assim é pó
Eco sem voz,
uma queda que não cai.

(Real)

Me leve o peso
desse oco.
Espanta em luz
esse breu meu!

(Uma faísca me bastava...)

Fogo eterno
é o paraíso
e não inferno.

Inferno é o inverno
de gelo lápide.

Não, não há pior
Não ter palavra,
pra palavra.

Não há pior
que precisar.

Eu precisei.
E jazi.

(a)prece

Sabe por quê? Não me abdico do mundo.
Já larguei Deus e com isso o ganhei. Parti em busca por santidade de gente. Aquela que ele rogou por nós.

Quero sentar à esquerda do trono, donde há de vir o louvor ao profano.
Um brotar de humanos-deuses que dançam bebendo, chorando, sorrindo, comendo e rezando.
Ah, vá! Um ermitão de vestes brancas numa caverna de mármore?
E o mundo todo entrando e saindo por seus buracos.
Não queiram.
É aqui, onde estamos!
Fazendo-nos falta para o desejo existir.
...E alma, esse tudo que cintila no olhar da gente quando há.
Pode-se, até, no ali perto das esquinas, nos termos com o espanto das sublimes humanidades...
Jorrando de inesperadas santas-gentes, essas que não se doiram, por se haver com suas cascas.
Não se reúnam.
Não se creiam.
Não há templos.
Não há ouvidos para onde suas vozes pretendem.
Está aqui, no entre si,
onde há, um único mandamento:
- “Maculem suas aspirações virtuosas.”
...E se façam verbo. E carne.
Os únicos princípios,
desde o início.
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JAB. Onze-do-seis.